E se o amor acontece?

Quando planejamos uma vida sem incluir alguém ao lado é difícil abraçar um relacionamento. As pessoas aparecem do nada na nossa vida. Mas o amor acontece e não há para onde fugir. Ou melhor, até há. A alternativa é fugir do sentimento, para longe e sempre reto. Mas algo me diz que se eu fugir, vou me questionar a vida toda se eu não deveria ter ficado e encarado o medo e o amor. Porque o amor é o que nos move, mesmo que seja o amor à beleza, aos amigos, aos pais ou que seja ao dinheiro. Tudo o que fazemos é por amor, de um jeito ou de outro.

Há mais de um tipo de amor. Mesmo que usemos no nosso enquadramento só o amor romântico, aquele que inclui beijos e o desejo de um futuro conjunto. Aquela vontade de ver todos os dias e a de incluir em todos os planos. Mesmo assim, “amor” não é um só.

Há quem diga que só é amor quando não se pode definir um porquê.  Acho que há amores que são definíveis e outros que não são. Aqueles mais duráveis que estes. De uma forma ou de outra, é difícil pensar racionalmente quando se está apaixonado. Ainda assim, eu sou extremamente racional, mesmo que intensamente emocional. E acredito que se você não puder apontar as razões de amar, não é um amor saudável. Pelo menos, não é um bom relacionamento. Porque este, para durar, precisa de admiração mútua. Mesmo que isso não seja tudo.

E esse amor, idealizado, romantizado e ainda assim realista, não aparece todo dia. Mas quando ele aparece, precisamos estar prontos para abraçá-lo e não jogá-lo fora por bobagens. Não me cabe aqui falar de um amor verdadeiro em detrimento de outros tipos de amor. Esse é o tipo de amor que eu quero em minha vida, não necessariamente o que você quer e não necessariamente o único que existe. Eu quero estar ao lado de alguém que eu admire, que eu goste também racionalmente. Que não seja só sobre um corpo no outro. Mas que seja também.  

Acho que ninguém planeja se apaixonar. E eu nem queria. Mas a gente não escolhe quando o amor acontece. Podemos só lutar contra ele. E que sentido tem isso? Se privar? A vida é só uma. E mesmo que você possa ter teorias sobre isso, vamos aos fatos. É o aqui e o agora. Amanhã talvez não exista. E hoje, aqui e agora, é preciso escolher não lutar contra o amor. Porque mesmo com as lágrimas e o medo, há que valer a pena. Sempre vale, se for recíproco. E eu não sou de desistir.

Autora do texto:

Júlia Orige, 20 anos, produtora freelancer de conteúdo e autora do blog Quem vai e quem fica, onde fala principalmente sobre viagens.